quarta-feira, 3 de março de 2010

Meu oráculo de Delfos

E quem disse que o Oráculo de Delfos não existe? Não sei quem foi, mas se existiu alguém, que se refute essa idéia. Afinal, de certa forma eu acredito. Bom, quem acredita nisso, de certo também que acredita em pré-destinação. Sempre acreditei nisso, apesar de nunca ter uma prova concreta. Mas nada melhor do que provar pra si mesmo: provei por meio de sonhos simbólicos. Posso ser uma louca talvez, em acreditar nisso. Gosto também da Astrologia, não a nego.

O sonho, em si, que eu tive.

Não lembro muito bem, mas foi o seguinte: fiquei viajando durante um bom tempo dentro de mim, durante o sonho. Mas vou contar.
Eu estava dentro de uma casa, sentada numa mesa redonda. Tinha alguém comigo, era uma menina. Ou pelo menos eu achava que tinha. Abri um livro, e fui ler um conto que eu queria ler fazia tempo. Não lembro que conto era e se ao menos existia, mas era um conto de alguém do Brasil. Talvez eu tenha sonhado isso por ter iniciado a ler um livro de contos. O nome do conto era um nome esquisito, com formações de palavras num título que não faziam sentido. Ex: Mão vidro. O título se remetia ao tempo, ou melhor, ao relógio. Relógio era uma palavra que estava contida no título.
Comecei a ler então, e a menina que estava do meu lado começou a me confundir. Eu não sabia mais se ela era alguém, ou se eu era ela. Acho que eu era ela: sua face e seu cabelo curto lembravam de mim, da Karol.
Não vou contar com detalhes. O conto falava sobre eu mesma. Mas como assim? Falava da minha dificuldade em amar alguém que nem se quer gostava de mim. Amar alguém que não tinha olhos para mim. E qual era a moral? Esqueça-o. Tenho outras coisas pra viver.
Eu poderia ter escrito isso antes, mas não tive tempo. Aí eu lembraria melhor de contá-lo. Isso que eu disse até agora foi o básico do básico.
Formulei eu então que essa idéia de esquecer esse garoto era um destino meu. Eu, que nunca achei que fosse possível, tentei me desviar de tal idéia antes de ter tido o sonho. Estive conseguindo isso, muito aos poucos. Mas quando sonhei com isso, depois de poucos dias, entrei em queda para esse sentimento mórbido e inútil. Não quero troca de sentimentos, mas quero ter o que mereço. E o que mereço? Comparado aos meus atos rudes, nada. Mas e a minha dedicação a tal pessoa? Tudo.
Não adianta mais gostar de alguém assim. Me dediquei todos esses 5 - 6 meses a tal pessoa, que talvez nem sabia disso, ou, se sabia, só queria me manter a seus pés. Queria ter honra, tendo na verdade apenas um Reino, sabendo pisar no seu bobo da corte, em vez de adorá-lo como o diamante que lhe traz prazer ou felicidade em alguma merda. Esquecerei-o de uma vez, mas sei que nunca estará apagado dentro de mim meu sentimento por te valorizar tanto. Capricornianos são assim. Ou as pessoas são assim. Gostam de alguém, mas quando gostam mesmo, nunca esquecem a pessoa. Mesmo estando com outras. Mas não confundam: continuamos gostando de uma maneira superficial. Não signigfica que ainda gostar de tal pessoa quer dizer que morro de amores por ela, e que vou deixar meu parceiro atual. Quero dizer que ainda existe uma espécie de carinho e de cuidado por tal pessoa. E nada mais. Simplismente existe isso por ter sentido algo forte por ela algum dia.
Acho que não quero falar mais sobre isso.
Acabou, e isso foi o que eu quis dizer: meu sonho me mostrou que tenho capacidade sim de fazer algo que eu achei que nunca faria. Era uma idéia impregnada em minha mente, que quando comecei a acreditar que eu poderia esquecê-lo, comecei a pôr isso em prática.
Isso foi meu Oráculo de Delfos: esquecer alguém que não me quer. E não posso fujir de meu destino como fez Édipo. Tentou escapar de seu oráculo, mas na verdade estava previsto que mesmo se fujisse, ele aconteceria. Então fujir desse meu oráculo seria inútil.
Que venha Pítia.

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