sexta-feira, 26 de junho de 2009

As cores que acendem o desejo















As cores que acendem o desejo
O frio esbarra na minha tontura, deixando-o
para trás
Congela-me cada vez que passa, e me mantém
viva.
O passado azul e escarro vão se esquentando,
conforme os verões
até nas chuvas, vêm colorindo
o que eu não quero que viva...
Continue frívolo e gélido,
intocável e distante, tão perto...
Não vá embora, pois a qualquer outrora
O calor há de me abandonar.
e sua presença é eterna.

E o que me faz, tão doce, primeiramente,
me envolver tanto com o calor?
Se ele é saudável, exuberante, picante...
e me traz a dor?
E o que me faz, tão seca, segundamente
querer beijar o seu corpo...
se ameno te quiz, com calma
passar minhas mãos em torno...
e esquecer todos os estrondos.
Me diga, o que me faz procurar teu suor?
Se nele me perco... me piro
crio um ciclo de caça
que me faz misturar não mais água,
e sim tinta com pó.
Diga logo, se não te deixo...?
Vai ser difícil. Mas se o garfo eu já deixei,
consigo abandonar a faca.
E a dor se instala em meu peito.
A comida do prato se acaba...
já não terei mais meus talheres...
então? o que me alimentará?
a única saída é comer sua carne crua...
sem pitadas de sal, pois a sua angústia
e seu nervosismo, já apimenta.
então? o que tomarei?
seu sangue preto.

Ainda não me respondeu...
Por quê estou procurando as cores quentes,
para me manterem ferventes;
para me alienar no que, humanamente,
é temporário...
por que? Achei que me trouxeste o passado,
o futuro, menos o presente
e que minha humanidade seria deixada de lado...
Não estou mais pura...
O sangue desce como um catarro
mas amacia o teu garfo...
para poder-me chupar com mais frieza.
O fogo, vem subindo, é claro, lá de baixo...
Tento excluir todos os desejos alienados...
E decifrar o teu dizer, para que me acenda.
Não abandone as cores do frio,
pois são eternas. é com elas que vivo.
porém, sempre é bom viver das quentes...
me fazem pirar contigo
e, ainda, não pensar no amanhã.

Esqueço, de vez em quando, do seu escuro
da sua pele negra, pois ela
me alucina; te faz ficar mudo;
me faz gritar o meu consciente e inconsciente, o absurdo.
Ainda escondo as nossas aventuras...
mas isso deixa pra outra hora.
o que irei expôr é fortemente psicótico, louco e,
viciante.
Adeus, aos não-desejos
seria melhor misturas todas as cores?
ou melhor... viver cada uma de cada vez.

*tela de Van Gogh, The starry night.

terça-feira, 23 de junho de 2009

complemento

me sinto melhor, após ter começado a loucura, que eu já não tinha a tempos.
me olhei no espelho como um boneco, uma marionete, ou algo do tipo.
vou ficar melhor, eu sei...

K.

Mãos negras e o delírio (e adicionais)

Não diga nada...
Apenas feche os olhos, e tente olhar para mim... tente me sentir, de uma maneira que nunca tentaste... Olhe. Sinta. Minhas mãos o cobrem... Agora, faça, deslique a luz de seu ser e... somente e... As portas estão abertas agora, falta você entrar... venha... venha, e não tenha medo... não meça seus atos, não pense em limites... nada mais existe, apenas e... Escuro cobre-me... às vezes ocupaste este lugar com medo. Me mostre o que há dentro de você... não crie um esconderijo subterrâneo. Feche os olhos, estou bem aqui... Consegue me ver? Tiro minha luva... agora minhas mãos estão livres, libertas para te querer, impróprias para acariciar seu corpo; venha, não fuja dessa tal ilusão que nos prende no abismo da noite, tão frio... Não fuja... Não fuja destes desejos inconcebíveis, destes desejos loucos e tão quentes, com tanta água, que quer me prender, me ter em seus braços, me ter em seu corpo frio... que me quer, me quer... não meça, não meça... Não meça passos, pois se não medirá limites... Não meça tempo, pois perderá segundos... Venha, me mostre o que você esconde atrás desses olhos, atrás dessa mente, atrás de seus pés, atrás de suas mãos negras...

Há quanto tempo que escrevi isso? Há seculos, há vidas, há reencarnações... tudo um dia me mostrou, que bem na ordem dessas palavras, eu estaria no estado que vivo hoje. Minha mente não quer pensar, quer rejeitar as críticas que tenho sobre ti e seus atos, ela quer apenas dormir e se conformar com a realidade... Afinal, pelo menos essa realidade tem a capacidade de existir. Qualquer realidade teria, se eu quisesse construi-la! O que eu quiz construir, no começo de minha vida? Primeiramente nada, e com você? Viver.
Não tinha uma resposta concreta... apenas os desejos que eu sentia, eu tentava negá-los, mas eram muito fortes! Olha só o que fez comigo, contrariei a todos os meus pensamentos e hoje estou num estado decrépito. Te amei demais, e é assim que me retribui? A pancadas invisíveis, a mau-olhares, ao olhar como uma menina comum...
Chega.
Desisto, como estou desistindo de quase tudo.
Mas é temporário, uma hora minha mente acorda, e meu eu diz "6:50, hora de acordar!"
Nem penso nisso... quando durmo, relaxo, morro... e quando dá 10 pras 7 am, meu pensamento volta como uma máquina a 40°, como se nada tivesse acontecido... como se não existisse gradação do frio para o quente! Simplismente acontece a passagem do sólido pro gasoso.

Saudade de andar pelos bairros... sentir o cheiro das árvores.
Vou tentar enrolar um pouco, pra ver se meu pensamento acorda.
Hoje é prova de fotografia, e acho que estou um pouquinho ferrada.

- O que amo?

segunda-feira, 22 de junho de 2009

Sem título, sem prosa, sem sentimento

Mas já não sei o que pensar...
me apodreço a cada vez mais que me vejo feliz por instante; me queimo com os fósforos a cada vez que penso em você; me endemoneio quando você me rejeita e, deixo esses monstros para estar contigo...

Quantos pretendentes! Essa vida nunca fora a minha rotina, raramente os garotos gostavam de mim, mas e agora? Eu sou a terra, e eles são o dilúvio [etc.]
Isso não importa pra mim... e agora vai vir a não importar mais nada. Está começando a agir como meus sonhos me mostravam! Eu sabia, ingrato, que iria me trair de tal forma, mentir e desanimar de minhas mãos e meu sangue fervente! Mas porquê? Porquê? Eu só queria que me respondesse isso, e aí eu vou embora! Embora pra SEMPRE, levando todo o seu sal e o seu açúcar, todo o seu suor um dia manchado em meu corpo, todo o seu sangue lavado por minha pura alma, seus pés banhados em minha areia, seu corpo frio aquecido um dia por meus poros, seu olhar estranho e caído pelo ouvir do estalar de nossos beijos.
E levo muito mais... coisas que sempre quiz levar, mas que hoje me arrependo de um dia ter desejado! Desejado pra quê, se eu não o tinha inteiramente?
Mas que merda que sou de guria, se ao menos sei manter um sentimento?
Mas que BOSTA de alguém que consegue viver sem razão? E sabe ainda que existe uma razão, mas não sabe procurar? Não sabe procurar pois vem o teorema da menina... "para tê-la, basta não procurá-la. um dia ela virá."
Vou ficar esperando quanto tempo, por minha mudança, se eu nunca tentar?
Já mudei, mas meus desejos são vários! Um nega o outro, como o salgado e o doce, o frio e o quente, o seco e o molhado. Mas um não existe sem o outro, sem o seu oposto. Parcialmente és meu oposto, e vive dizendo "somos tão diferentes"... Sei que você não é fã de pimenta, mas imagine quem é! Pimenta e sal não são a mesma coisa, mas se complementam, por exemplo, num tempero de alguma comida.
Assim como nós.
"Amém"
Eu sou... Eu sou... Eu sou... Eu SOU...
Sou o quê?
Sou tudo o que eu quiser que eu seja, basta apenas querer...

Estávamos bem... e você já não sabe mais se quer me ver. Já virei o "tanto faz" da sua vida. E eu, ignorante, idiota, imaginando nossa filha correndo pelo jardim que sempre desejei, sobre a vista da casa branca que sempre sonhei, SÓ COM VOCÊ e UNICAMENTE COM VOCÊ.
Vejo essa ilusão desmoronando sobre mim, sobre meu "Cristo interno", sobre a minha luz, sobre a minha rainha. minha coroa. minha vida.
Já não faço a diferença [ e achei que mudaria todos os seus propósitos, seus planos, seus desejos... que você ainda continuaria apenas meu e viveria para mim, assim como você também quer. mas não, tens dúvida se me quer e se quer me ver, porque algum distúrbio lhe afetou. alguma guria? ou melhor: algum cara? guria... me afasto mais e mais desse termo; a menina que me matava todos os dias foi se indo embora de meus pensamentos. e agora sobrou o que? Sobrou o que voce sempre quiz! Sobrou apenas voce, até meus amigos estou deixando, involuntariamente, pq não sinto vontade de falar, conversar. mas isso é um caso a parte.]. E ainda diz que um viu certo alguém, e não me choquei por isso, MUITO MENOS me senti mal. [ pra quê mentir pra mim mesma?] E o pior é que aconteceu COMIGO.
Falo, falo, mas nada digo, em conclusões.
apenas desabafo, explícito meus pensamentos por algum motivo. jogar pra fora.

pra fechar, todos os dias penso nessa música, penso em você ouvindo-a... apesar que no último dia em que nos amamos, eu pensava em outra, que falava... " olhe para trás, e veja o que deixou... não vai mais voltar, só lembranças restou. [...] e não quero voltar atrás e ver que nada adiantou. quero te dizer que não vou mais chorar, e talvez eu volte quando tudo acabar. [...] e não quer voltar, e ver que nada adiantou..."


tudo que eu queria entender não é tão fácil assim
tudo que eu queria te dizer não é tão bom pra mim...

talvez, eu consiga suportar
a dor de te perder
já não vou mais me enganar,
sei que não vou mais te ver...

e se tudo acabar, quero encontrar você
e nunca mais acordar...
do meu sonho que é estar com você.

tudo que eu queria era te ver, bem aqui perto de mim...
[...]
Talvez. eu consiga suportar a dor por te perder. Já não vou mais enganar, sei que não vou mais te ver...

Quando tudo acabar
Quero encontrar você
E nunca mais acordar
Do meu sonho que é estar com você.

do meu sonho...
que é estar com você.
que é estar com você.
que é estar com você.
que é estar com você.
que é estar com você.
que é estar com você.
que é estar com você... K

domingo, 7 de junho de 2009

O falso casal - prelúdio

Anos e anos se passaram... e só agora fui descobrir que, realmente, sem justificativas, sou uma humana. mas porquê isso? não me sinto na vontade de falar o porque, nem muito menos explicar como cheguei a essa conclusão. isso porque, À alguns minutos, minha vida se tornou intensamente alegre, por parte de boa companhia.
Discussões... palavras chaves aparecem para mim! e eu me lembro da professora de metep falando disso. não quero lembrar das minhas tarefas, dos meus problemas, das minhas decisões que preciso tomar! deixei muitas decisões de lado, apenas para estudar. mas quando lia, elas retomavam à minha mente para que eu terminasse logo o meu dever de escolhê-la.
Quando desejo tanto uma coisa... parece que ela será sempre infinita, parece que sempre vou querÊ-la e sempre será essencial em minha vida. melhor você não acreditar nisso, humano. afinal, somos todos animais, seguimos instintos e, quando realizamos um desejo nosso, simplismente ele acaba e nasce outro, que tb tende a querer ser realizado. o forte querer das coisas nos faz procurar como loucos uma solução para que tênhamos esse prazer! foi isso que fiz... será então, uma qualidade procurar essa solução? meu desejo maior era uma pessoa.
e eu lia coisas sobre essa pessoa, procurava saber tudo sobre essa pessoa, corria atrás, rastejava-me.
para quê?
para matar a minha fome. sim, tratando-me como um animal. é o que somos. é o que descobri o que sou. mas não por muito tempo, pois só ultimamente tenho sido assim.
me lembro do mundo das caveiras! do mundo das trevas, da ressurreição... era meu mundo, pequeno e fúnebre, mas era. sempre foi à esmo pensar que eu valia alguma coisa...
e agora, quando consigo o que quero, PUF. CONSEGUI! mas foi tão fácil assim?
amo pra c**** esse menino que me quer [e que eu não mereço]! mas me sinto perdida na neve! como se o final estivesse no fim, e como minha cabeça voltasse a filosofar no frio da solidão...
e eu fico a insistir pra mim mesma que o final está no fim. saudade da solidão que eu tinha, e desses monstros que me ajudavam contigo [coisas que você não acredita].
eles exploravam meu corpo em troca do que eu queria... que era um homem, um homem fixo, para que eu pudesse atender à todos os seus pedidos, à todas as suas preces e socorros. Agora era minha vez de ser tua escrava. demônia. estranha.
e eu abandonaria a minha fama de rainha da dor.
que dor teríamos, se seria pura paz?
que dor teríamos, se viveríamos entre jardins?
que dor teríamos... se um dia acabasse.
os monstros não me violentavam. não usavam meu corpo. apenas me faziam companhia, para que o meu choro se contesse, e eu não chegasse ao ponto de chorar sangue por sua falta. extrema falta fez, meu rapazinho. meu homem que agora quer vestir terno, pra se tornar um rei. já és um rei, falta sentar no seu trono.
E minha professora falava sobre expressão...
e quando fala em quarto. OMG.
olha bem pra minha cara
e fala: "[...]...E sabe aquelas horas quando você está no seu quarto, de joelhos, chorando em quatro paredes, por causa de alguém espcial, quando esse alguém não pode lhe ver? E se visse, te maltrataria ainda mais, pois gostaria de ver você sofrendo...[...]"
não foi a toa falar isso bem na minha cara. sabendo que existia naquela sala, 30 alunos.
e para apenas à mim, ela fala.
como se soubesse tudo o que aconteceu comigo. sobre como ela estivesse recitando o que eu vivi, à dias atrás!
tanto sofrimento por alguém! muito desprezo por mim mesmo, e pelo meu amado! tanto choro... tanto sofrimento... tanto...tanto... tantas coisas que nem sei explicar!
a cada dia eu sentia meu coração diferente. às vezes esmagado, ou triturado, ou amassado, ou cortado, rasgado...
o amo muito e não quero perder-te de vista. quero deixar de ter essa idéia de ser humana.
comecei a pensar isso pois, me considerei ser esse ser, pelo fato de ter saciado o meu forte desejo de te-lo, e agora me sentir normal. como se tudo estivesse bem. como se eu não tivesse mais nada pra fazer.

Ana Emília e Euclides... coisa de louco.
leio a história de vocês, e comparo com a minha vida. atitudes sem noção! Como existe amor... com traições? como dormir todos os dias com a mesma pessoa, no mesmo quarto e na mesma cama, com alguém que já não é o mesmo com voce. com alguém que tocou outro corpo, sabendo que tocavas um que sempre foi seu. tocar um corpo... sabendo que suas mãos pertenciam a outras carnes!
e minha criatividade virá... um novo conto nascerá.